Hoje, à noite, tive a oportunidade de falar para os formados 2011 da E.E.M. André Cartaxo, na cidade em que moro. Foi mais uma experiência estimulante em meu ministério. Quantos jovens anualmente saem de nossas escolas públicas ou não que ainda não conhecem a Cristo. Oro para que Jesus envie seus obreiros para semear nos campus, pois poucos têm sido os obreiros e há muito o que fazer!
Acima de todo conhecimento técnico das ciências e literatura que tenham adquirido, não esqueçam que “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria e o conhecimento do Santo [Deus] é entendimento” (Pv 9.10), como afirmou o sábio rei Salomão em seus Provérbios. Aquele que compôs três mil provérbios e mil e cinco canções, além de dissertar sobre todas as plantas desde o cedro, grande e fonte árvore, do Líbano até o lodo que brota no muro, também falou sobre animais, aves, répteis e peixes, contudo repetiu diversas vezes: “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria”.
Mas o que é essa sabedoria? O monge cristão, conhecido como Tomás Kempis, ajuda-nos a entender de que tipo de sabedoria o rei Salomão fala. Tomás Kempis em sua obra A Imitação de Cristo disse assim: “Muitos... estudam mais para saber do que para bem viver, por isso erram a cada passo, ou nenhum fruto colhem de seus estudos” (Livro I, cap3:4). É isso que o rei Salomão declarou-nos e que Tomás Kempis explica: todo o conhecimento adquirido deve honrar a Deus, em primeiro lugar, e levar-nos a amar mais e melhor nosso próximo!
Em tudo o que vocês fizerem, construírem, ajudarem a mudar lembrem-se de pôr a Deus em primeiro lugar. O grande músico alemão Bach em suas belas composições sempre utilizava da sigla S.D.G., em latim Soli Deo Gloria, traduzindo: A glória seja dada somente a Deus. Esse é o grande segredo do servir bem e ter sucesso no que queremos empreender.
O conhecimento que durante o ensino básico, fundamental e médio que lhes foram transmitidos devem ser aproveitados e bem usados. O reformador protestante João Calvino certa vez falou: “se negligenciarmos a dádiva das artes oferecida gratuitamente por Deus, devemos sofrer justa punição por nossa indolência”. Ou seja, se não fizermos bom uso dos saberes que nos foram confiados, sofreremos as consequências. A tecnologia que alcançamos não deveria destruir a natureza na qual vivemos e com a qual interagimos. As riquezas econômicas ou intelectuais não deveriam nos separar dos que mais precisam de nossa ajuda.
Por isso, o conhecimento de Deus foi mencionado primeiramente. Sem saber por que Deus fez o universo e tudo o que ele contém, é bem duvidoso que entendamos o padrão de valores de Deus: Glória, honra e amor a Ele, o Senhor; amor, perdão e igualdade entre os irmãos, nosso próximo, quem quer que seja; e responsabilidade no uso da natureza que Ele criou e nos confiou para usarmos, em resumo, uma simples, mas ainda desconhecida palavra para muitos: sustentabilidade!
Concluindo, quero deixar-lhes as palavras do Apóstolo Paulo em sua carta à Igreja na cidade de Filipos, Macedônia: “Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas” e as palavras do já mencionado reformador João Calvino: “As coisas que são excelentes são igualmente árduas e difíceis”.
Pr Marcos Paulo da Silva Soares